sexta-feira, 29 de junho de 2012

IB promove concurso artístico

Foto de Silvia Mitiko Nishida que obteve
o 1° lugar em 2011 
        Estão abertas até 30 de setembro, as inscrições para o concurso artístico "Instituto de Biociências: olhares revelados III", promovido pela Diretoria do Instituto de Biociências (IB) da Unesp, câmpus de Botucatu.
          Serão aceitos fotos, pintura e desenho do entorno do IB, incluindo a paisagem natural, arquitetura, o cotidiano, a fauna e flora, além de fotomicrografias artísticas resultantes de pesquisas realizadas no Instituto.
         O objetivo é fomentar, incentivar, valorizar e reunir a produção artística, além de descobrir novos talentos. 
          A seleção está prevista para ocorrer de 1 a 16 de outubro. A exposição dos materiais ocorrerá de 17 de outubro a 9 de novembro. Os critérios utilizados na escolha dos melhores trabalhos serão atendimento ao tema proposto; originalidade; criatividade; beleza; e  qualidade técnica.
          O edital completo e o fomulário de inscrição estão disponíveis em http://www.ibb.unesp.br/#1,1267.
Mais informações podem ser obtidas no e-mail  secvicediretoria@ibb.unesp.br ou pelos telefones 3880 0844 e 3880 0846, com Maria Luiza.

Lançada 2ª edição de caderno sobre educação ambiental organizado por professora do IB

        Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20), que ocorreu no mês de junho, foi lançada a 2ª edição do Caderno do Centro de Estudos em Educação e Sociedade (Cedes) nº77, que tem como temática central a educação ambiental.
        A publicação foi organizado pelas professoras Marília Freitas de Campos Tozoni-Reis, chefe do Departamento de Educação do Instituto de Biociências (IB) da Unesp, câmpus de Botucatu, e Maria Guiomar Carneiro Tomazello, da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep).
        Segundo a professora Marília, essa nova edição se deve ao fato de a anterior ter se esgotado rapidamente e porque o conteúdo da publicação pode contribuir com a relação da educação com a sustentabilidade socioambiental, assunto que esteve em pauta nas discussões da Rio + 20.
          A publicação conta com a participação de 25 pesquisadores de 19 instituições e possui os seguintes artigos, escolhidos por possuir abordagem crítica: “Pesquisa em educação ambiental: panorama da produção brasileira e alguns de seus dilemas”; “Espaços educativos impulsionadores da educação ambiental”; “Educadores ambientais nas escolas: as redes como estratégia”; “A função social da educação ambiental nas práticas colaborativas: participação e engajamento”; “Contribuições da teoria marxista para a educação ambiental crítica”; “Paisagens da compreensão: contribuições da hermenêutica e da fenomenologia para uma epistemologia da educação ambiental”; “Frans Krajcberg e sua contribuição à educação ambiental pautada na Teoria das Representações Sociais”; e “Algumas publicações e pesquisas sobre educação ambiental”.
         Marília também lembra que a temática ambiental integrou o Caderno Cedes em 1993, porém, naquela época, o meio ambiente não ocupava posição de destaque na área de Educação.
           “Podemos dizer que, no interior das contradições das nossas sociedades que são características, a educação ambiental consolidou-se como um campo educacional e ambiental que reflete as disputas teóricas e práticas de diferentes grupos sociais que compõem essas sociedades”, cita na publicação.
            A professora Maria de Lourdes Spazziani, do Departamento de Educação do IB, está também está entre os autores da publicação.

 

IB recebe pesquisadora do México

     Julieta Benitez-Malvido, professora titular do Centro de Investigaciones en Ecosistemas, da Universidad Nacional Autónoma de México, permanecerá no Instituto de Biociências (IB) da Unesp, câmpus de Botucatu, durante o mês de junho.
     A pesquisadora já realizou palestra intitulada “Interacciones con hongos patógenos en bosques tropicales” na disciplina de Ecologia Vegetal do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Botânica) e tem participado de reuniões e expedições científicas visando à discussão de projetos com estudantes de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Botânica).
     Além disso, Julieta também está ministrando a disciplina “Interacciones bióticas en ambientes alterados: herbivoría”, que trata de interações bióticas (mutualistas e antagonistas) em ambientes tropicais conservados, incluindo discussões sobre como as perturbações do habitat, por atividades humanas, afetam esse processo.
     Segundo a professora Elza Guimarães, do Departamento de Botânica do IB, a visita da professora do México à instituição é importante para o enriquecimento e ampliação das linhas de pesquisa “Taxonomia, florística e ecologia”, “Biologia reprodutiva”’ e “Biologia da secreção em plantas”, nas quais alguns docentes possuem projetos iniciais e estão se beneficiando diretamente do conteúdo abordado no curso e dos momentos destinados a discussões dos trabalhos discussão com a pesquisadora convidada.

Estudo apresenta alternativa a tratamentos de lesões em cartilagens articulares

          Propor arcabouço tridimensional bioativo que estimulasse a diferenciação de células-tronco adultas em células que compõem e mantêm a cartilagem das articulações (condrócitos). Esse foi o objetivo de estudo de autoria de Andrei Moroz, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Biologia Geral e Aplicada do Instituto de Biociências (IB) da Unesp, câmpus de Botucatu, publicado no periódico Platelets no final de maio.
          O artigo consiste em parte de dissertação de mestrado do pesquisador, orientado, na época, por Elenice Deffune, professora da Faculdade de Medicina da Unesp e responsável pelo Laboratório de Engenharia Celular do Hemocentro de Botucatu, e co-orientado por Sérgio Luis Felisbino, professor do Departamento de Morfologia do IB.
Na investigação, células-tronco mesenquimais da medula óssea de coelhos adultos foram cultivadas e caracterizadas por meio de citometria de fluxo, ou seja, método de análise que utiliza instrumento a laser e permite a identificação, caracterização fenotípica, contagem e separação das células.
           Segundo Moroz, os resultados obtidos foram que as células se diferenciaram em condrócitos, sem a necessidade de fatores de crescimento, o que, de acordo com o doutorando, representa maior economia em relação aos procedimentos de cultura tradicionais, que possuem custo alto.
            Sobre a aplicabilidade, ele afirma que o estudo é útil à área de medicina regenerativa, principalmente em lesões de cartilagens articulares, que costumam ocorrer com frequência em atletas.
           Moroz relata ainda que, após a publicação do artigo, recebeu e-mails de pesquisadores renomados de diversos países, como Espanha, Portugal e Alemanha, interessados na pesquisa e, inclusive, foi convidado para ministrar palestra sobre o tema Reparo tecidual: cartilagem e osso, durante o V Congresso Internacional Anual de Células-tronco e Medicina Regenerativa, que será realizado, em dezembro, em Ghanzou, na China.
             O doutorando também destaca a satisfação pela repercussão de sua pesquisa e o papel de parceria entre instituições que ocorre desde 2004. “Esse interesse dos pesquisadores e o convite representam um reconhecimento da comunidade científica internacional ao trabalho realizado. A medicina regenerativa requer multidisciplinaridade. O Instituto de Biociências e a Faculdade de Medicina atendem a este requisito e, nesse sentido, foi essencial aliar os conhecimentos de engenharia celular e medicina regenerativa da professora Elenice aos conhecimentos de morfologia e caracterização da cartilagem e sua matriz extracelular, especialidade do professor Sérgio ”, ressalta.
             O resumo do artigo de Moroz está disponível em http://www.ibb.unesp.br/%22http:/www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22646294/%22.

Professores editam livros internacionais de acesso livre

        A professora Maria de Lourdes Ribeiro de Souza da Cunha, do Departamento de Microbiologia e Imunologia, foi escolhida para ser editora do livro Epidemiology insights, publicado pela InTech.
       A obra reúne investigações sobre epidemiologia desenvolvidas por pesquisadores de vários países. Entre os assuntos presentes na publicação estão dermatomicoses e Candida spp.; epidemiologia molecular de Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA) isolados de humanos e animais; epidemiologia de várias manifestações neuro-psiquiátricas; virologia; tuberculose de animais selvagens; abordagens para o estudo da qualidade microbiológica do leite e produtos derivados, malignidade linfóide; doenças relacionadas à imunodeficiência; e epidemiologia genética.
       Além de editora, a professora Maria de Lourdes também possui três capítulos publicados em conjunto com alunos de pós-graduação do Programa de Biologia Geral e Aplicada do IB e de Docenças Tropicais, da Faculdade de Medicina.
        O livro tem como público-alvo médicos, pesquisadores da área e estudantes e o seu conteúdo pode ser acessado em http://www.intechopen.com/books/epidemiology-insights.
     

Aquicultura


 Já  os professores Edmir Daniel Carvalho e Reinaldo José da Silva, respectivamente, do Departamento de Morfologia e Parasitologia do Instituto de Biociências (IB) da Unesp, câmpus de Botucatu, e o pesquisador Gianmarco Silva David, da Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio, em Barra Bonita, editaram  o livro Health and Environment in Aquaculture, pela Intech.
         A obra, destinada aos setores acadêmico e produtivo, aborda o estado de arte de aplicações da biologia celular para a prevenção e tratamento de parasitoses e doenças de animais aquáticos cultivados, além de explorar a interação entre a aquacultura e os ecossistemas aquáticos.
          O professor do Departamento de Morfologia destaca que foi convidado para ser editor após o envio de um artigo à editora e também que a publicação conta com pesquisadores de vários países como Alemanha, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Itália e Japão, que se destacam nessa área de estudos.  
Carvalho e David ressaltam o fato de a obra estar disponível para acesso livre. Na opinião do pesquisador da Apta, esse aspecto favorece a divulgação da ciência. “A disponibilização gratuita de pesquisas realizadas a partir de recursos públicos é uma tendência internacional que atende a critérios éticos ao retornar à sociedade os valores agregados a partir do investimento feito com dinheiro do contribuinte e deverá facilitar o desenvolvimento de pesquisas em centros menos favorecidos financeiramente, que não têm como comprar acesso aos periódicos”, comenta. “Ter editado este livro foi gratificante ao verificar que demos uma contribuição efetiva para o desenvolvimento da aquacultura em termos internacionais”, acrescenta.
              O livro, que é ilustrado e contém 16 capítulos, está disponível en http://www.intechopen.com/books/health-and-environment-in-aquaculture

Atividades realizadas no IB visam alimentação mais saudável

            No mês de junho, foram realizadas, no Laboratório de Nutrição e Dietética do Instituto de Biociências (IB) da Unesp, câmpus de Botucatu, diversas atividades voltadas á comunidade do município. Os trabalhos foram coordenados pela professora Flávia Queiroga Aranha de Almeida, do Departamento de Educação, e tiveram a participação de alunos do curso de Nutrição do IB.
            No dia 6, integrantes do Grupo de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Idosos da região oeste de Botucatu, acompanhados da psicóloga Eleide Queiroga Aranha, do Centro de Referência em Assistência Social, desenvolveram receitas do Programa Alimente-se Bem do Serviço Social da Indústria (Sesi). O cardápio do almoço foi composto por lasanha de alface, quibe assado, risoto ao forno, suco da horta e salada de frutas com mistura matinal. A atividade também incluiu degustação dos pratos.
             Já no dia 13, foi a vez de idosos do Asilo Padre Euclides aprenderem a preparar lanches da tarde mais saudáveis, E em 14 de junho, foi realizada capacitação para funcionários que são responsáveis pelo preparo de alimentos das creches do Comércio e do Bairro Alto.                                  
            Segundo a professora Flávia, essa atividade teve como objetivo fornecer informações básicas de boas práticas de manipulação de alimentos. Entre as abordagens estiveram vestimenta adequada, higiene de frutas, legumes e verduras, explicação sobre contaminação cruzada e descongelamento de alimentos.


Fotos: Carlos Edson Gomes

Workshop de plantas medicinais debateu fitoterápicos, saúde e pesquisa

                                                                                                         Fotos: Carlos Edson Gomes
                                 

               No período de 14 a 16 de junho, foi realizado, no IB,  o 10º Workshop de Plantas Medicinais, que tem como tema central “Da tradição aos fitoterápicos”.
             A mesa de abertura foi composta pelo professor Wilson de Mello Júnior, que, representou o diretor do IB, Renato Eugênio da Silva Diniz; pelo vice-diretor da Faculdade de Ciências Agronômicas, José Matheus Yalenti Perosa; e pela professora Maria José Queiroz de Freitas Alves, presidente da comissão organizadora do evento.
              Perosa comentou que dentro da área plantas medicinais é possível trabalhar vários temas de forma multidisciplinar e que esse é um diferencial desse workshop.                                  
Professor Lúcio Alves Ferreira ministrou a palestra de abertura
              Já a professora Maria José comentou sobre sua participação nas edições já realizadas do evento e destacou que o assunto tem conquistado cada vez mais importância na Biologia e Agronomia.
              O representante da direção do IB ressaltou que a atividade envolve várias unidades da Unesp, possibilita a integração de alunos de graduação e pós-graduação e também que os assuntos discutidos no workshop estão diretamente relacionados à soeciedade.
             A palestra de abertura intitulada "História das plantas medicinais do Brasil: primeiras coletas e prospecção química" foi ministrada por Lúcio Ferreira Alves, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A programação incluiu também a mesa-redonda “Fitoterápicos, saúde e pesquisa".  Os participantes tiveram ainda a oportunidade de participar dos minicursos Medicina Ayurvédica; Óleos essenciais; Etnobotânica; Farmacognosia; e Plantas medicinais e atividade antiinflamatória.

Genômica do câncer foi discutida em evento


                  No período de 1 a 3 de junho, ocorreu a 12ª edição do Workshop de Genética, promovida pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Genética) do IB e contou com 270 participantes  de vários estados, além de São Paulo, como Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,  Paraná e Rio Grande do Sul.
                 A mesa de abertura foi composta pelo diretor do IB, Renato Eugênio da Silva Diniz; pela pró-reitora de Pós-Graduação da Unesp, Marilza Vieira Cunha Rudge; pela professora Claúdia Aparecida Rainho, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Genética); pelo professor Cláudio de Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Genética, regional de São Paulo; e por Maria Cecília Fucks, representate discente da comissão organizadora. 
Professor Fausto Foresti
 foi homenageado

      O diretor do IB agradeceu à pró-reitora pelo apoio à pós-graduação e pelo trabalho desenvolvido, além de destacar o papel do workshop. "Eventos como esse são fundamentais porque também são espaços para troca de informações, divulgação e debate, etapa fundamental para a ciência avançar", declarou.
     Marilza ressaltou o fato de o evento ser organizado por pós-graduandos e disse estar satisfeita de participar da abertura de um evento que possui relevância. "Esse evento organizado por alunos é muito forte, munito importante. É uma oportubnidade de discutir não só Genética, mas políticas de ciência", disse. 
 
Foi feito um agradecimento especial à professora
Cláudia Rainho

     Ela ainda alertou os participantes que além da academia, há oportunidades de atuação dos pesquisadores em empresas e que essa área ainda é pouco procurada pelos quem concluem pós-graduação, além de parabenizar o Programa pela comemoração dos 30 anos.     
   Na oportunidade, o professora Fausto Foresti, do Departamento de Morfologia do IB, e que atuou no Programa de Genética desde o início, há 30 anos, foi homenageado. Os organizadores também agradeceram a professora Cláudia poir sua dedicação ao workshop.
A conferência de abertura enfocou o assunto “Passado, presente e futuro da genética de peixes no Brasil”. Entre as palestras estiveram “Genética forense”; “Desafios da bioinformática na era do sequenciamento de nova geração”,  além das mesas-redondas “Genômica do câncer” e “Da genômica á metabolômica de plantas”.



Pesquisa apresentada por mestranda do IB é premiada

           Propor o desenvolvimento de algoritmos em ambiente computacional Matlab®, capaz de quantificar semiautomaticamente as sequelas pulmonares, tais como fibrose e enfisema, causadas por Paracoccidiodomicose (PCM). Esse é o objetivo de trabalho desenvolvido pela mestranda Marcela de Oliveira, do Programa de Pós-Graduação Biologia Geral e Aplicada do Instituto de Biociências (IB) da Unesp, câmpus de Botucatu, e que foi premiado em primeiro lugar durante apresentação no “XXXV Encontro Nacional de Física da Matéria Condensada, em Águas de Lindóia, na área de Física Médica, e também no 8º Congresso Paulista de Infectologia, realizado em Campos do Jordão, na área de Diagnóstico.
             O estudo contou com a participação do orientador de Marcela, professor José Ricardo de Arruda Miranda, do Departamento de Física e Biofísica, dos professores sua professora Diana Rodrigues de Pina (co-orientadora) e Rinaldo Pôncio Mendes, ambos do Departamento de Doenças Tropicais e Diagnóstico por Imagem da Faculdade de Medicina da Unesp, além do pós-graduando Matheus Alvarez.
             Marcela explica que os algoritmos consistem em selecionar a região de interesse, denominada ROI, e por meio da utilização de máscaras, filtros de densidades e operadores morfológicos, obter a quantificação da área lesionada em relação à área sadia do pulmão.
              Segundo ela, para tal metodologia, foram utilizados exames retrospectivos de tomografia computadorizada de alta resolução, realizados no Hospital das Clínicas de Botucatu.
           “A pesquisa tem como originalidade a quantificação objetiva semiautomática das áreas acometidas pelas sequelas da PCM (Paracoccidiodomicose), a qual é uma importante micose sistêmica que tem como principal via de infecção a via inalatória, afetando principalmente os pulmões causando fibrose e enfisema mesmo após tratamento eficaz. A avaliação do comprometimento pulmonar devido a PCM é uma grande lacuna da literatura, uma vez que os principais trabalhos encontrados realizam apenas a avaliação subjetiva visual, sem determinar com precisão a área comprometida”, explica a pós-graduanda do IB. 
             Marcela comenta ainda que o diagnóstico auxiliado por sistemas computacionais produz uma avaliação mais precisa dos padrões anormais encontrados nas imagens de tomografia computadorizada de alta resolução.
               A mestranda destaca também que os resultados dos estudos realizados por pesquisadores do IB e da FM poderão contribuir para futuras investigações de tratamento de doenças que acometem o pulmão.


Publicidade de alimentos foi um dos temas abordados durante Jornada de Nutrição

                                                                                                             Foto: Murilo Stelzer

  
            No período de 31 de maio a 2 de junho, foi realizada a 12ª Jornada de Nutrição da Unesp de Botucatu (Jonub) que contou com palestras, mesas-redondas, minicursos, demo kitchens e exposição de trabalhos. O evento teve cerca de 150 inscritos de vários municípios do Estado de São Paulo, além de participantes de Dourados (MS) e Londrina (PR).
         A mesa abertura da Jonub foi composta pela vice-diretora do Instituto de Biociências (IB) da Unesp, câmpus de Botucatu, Maria Dalva Cesario; pela coordenadora e vice- coordenador do Curso de Nutrição do IB, Luiza Cristina Domingues Duas e Sérgio Pereira; e pelas representantes docente e discente da comissão organizadora, professora Flávia Queiroga Aranha de Almeida e graduanda Débora Santiago.
         A vice-diretora do IB salientou a tradição do evento e o papel do mesmo aos alunos. “É uma ótima oportunidade para que os alunos tomem contato com assuntos diferentes dos conteúdos programáticos abordados no curso e para entrarem em contato com os profissionais”.
        A professora Flávia enfatizou a diversidade de temas a serem discutidos em relação à alimentação e nutrição em nível nacional.
        A coordenadora do curso de Nutrição atribuiu a alunos e docentes envolvidos na organização da Jonub o destaque que o evento tem apresentado dentro da área de Nutrição.

Publicidade de alimentos

         Uma das palestras da Jornada abordou a publicidade de alimentos e foi ministrada pela nutricionista Renata Monteiro, do Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutricional da Universidade de Brasília (UnB).
         Inicialmente, Renata expôs que, além de produtos e serviços, a publicidade dissemina desejos e valores, muitos dos quais ela considera contrários à ética social. “Vendem a ideia do ter para poder ser”, comentou.
         Um dos focos de sua palestra foi a relação da mídia com as crianças. A nutricionista destacou que apenas por volta de 10 a 12 anos de idade é que a criança consegue ter algum entendimento acerca do caráter comercial da publicidade e que, antes disso, não há um discernimento entre publicidade e programa televisivo.
           Ela também disse que há estudo o qual aponta que 80% das compras realizadas pelas famílias são influenciadas pelas crianças, o que, na opinião de Renata, justificaria marketing voltado a esse público, até mesmo de produtos que não têm relação direta com a infância.
           A pesquisadora apresentou dados de monitoramento realizado em 2008, o qual identificou que 96,7% das propagandas foram consideradas não saudáveis, ou seja, estavam relacionadas à divulgação de fast food, refrigerantes, etc., e 3,3% foram classificadas como saudáveis, o que incluiu abordagens sobre carnes menos gordurosas, arroz e feijão.
          A nutricionista ainda mencionou como principais características de propagandas televisivas para crianças produções com músicas e personagens infantis, associação dos produtos a maior relação social e a situações cotidianas como casa e escola, exibição do produto pronto para consumo e a não apresentação de dados nutricionais.
        Quanto à persuasão, Renata acredita que estão os principais aspectos de influência sobre o público infantil, a utilização de personagens e o uso, em embalagens, de recursos que despertam a atenção das crianças.  


   

Projeto visa capacitar profissionais da educação infantil sobre temas de saúde

Frequentadores do curso acreditam que os conteúdos serão úteis ao cotidiano
das escolas
           Proporcionar a profissionais que atuam na educação infantil conhecimentos teóricos e práticos sobre aspectos relacionados à saúde de crianças de até cinco anos de idade e possibilitar discussões sobre os principais agentes patogênicos encontrados no ambiente escolar. Esse é o objetivo do projeto de extensão universitária “Saúde na educação infantil”, financiado pelo Programa Núcleos de Ensino da Pró-Reitoria de Graduação da Unesp (Prograd).
          Este ano, os trabalhos tiveram início em março e deverão se estender até dezembro. As atividades, realizadas em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Botucatu, são coordenadas pela professora Luciene Maura Mascarini Serra, do Departamento de Parasitologia do Instituto de Biociências (IB) da Unesp, câmpus de Botucatu, e divididas em duas etapas.
           Na primeira, é realizado curso no qual são abordados conceitos de saúde e higiene em creches, relacionados agentes causadores de doenças e medidas de profilaxia, discutidas metodologias alternativas de ensino-aprendizagem, além de serem confeccionados jogos educativos e apresentadas brincadeiras lúdicas relacionados às principais doenças que acometem as crianças em creches. Entre os assuntos enfocados nessa fase estão diarreia, viroses, giardíase, helmintos, teníase, piolho, moscas, mosquitos causadores da dengue e febre amarela, e sarna.
          Já na segunda fase, serão promovidos encontros em creches e escolas de educação infantil tendo por base conteúdos apresentados no curso. Serão, então, considerados os conhecimentos dos educadores que não participaram da etapa anterior e dos que frequentaram a capacitação.
          O curso, que já contou com uma edição em 2011, tem sido avaliado de forma positiva pelos inscritos. Maria Ana Santini, coordenadora da Creche e Berçário Criança Feliz considerou relevante o conteúdo transmitido até o momento e disse que pretende disseminar os temas entre atendentes e professoras da instituição em que trabalha. Outro aspecto destacado por ela foi o enfoque de problemas próximos à realidade das creches e a linguagem simples utilizada no curso. “Acho que a prática vai ser ainda mais interessante”, comentou.
           Para Maria de Lourdes de Oliveira, que atua como atendente na Escola Juciara Aparecida Delgado Pereira, a capacitação tem proporcionado conhecer formas de trabalhar melhor junto às crianças problemas de saúde como viroses e piolho e também o uso de antibióticos.
 Luciene, Candeias e Madeira, professores do IB que atuam no projeto  - por: Além da professora Luciene, integram o projeto os docentes Newton Goulart Madeira, do Departamento de Parasitologia, Liciana Vaz de Arruda Silveira, do Departamento de Bioestatística, e João Manuel Grisi Candeias, do Departamento de Microbiologia e Imunologia.
           Segundo Candeias, a extensão é uma das funções da universidade e, com esse trabalho, ele disse ter percebido a necessidade que os educadores possuem de aprender assuntos da área de saúde.      
          “Vemos que eles precisam de informação para usar no dia a dia como, por exemplo, identificar crianças com micose”, disse. “Acredito que os conteúdos serão úteis para melhorar tanto o trabalho dos participantes do curso como a saúde dos alunos”, acrescentou o professor do IB.

Programas de pós-graduação promovem simpósio

Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Genética
         No dia 2 de maio, o Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Botânica) realizou simpósio que reuniu alunos, professores e demais interessados. A atividade acontece anualmente e visa discutir atividades do Programa.
            Já nos dias 22 e 23 de junho, o Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Farmacologia) promoveu o II Simpósio de Farmacologia da Unesp (Simfar).
              A conferência de abertura intitulada “A pós-graduação construindo o futuro”, foi ministrada pela pró-reitora de Pós-Graduação da Unesp, Marilza Vieira Cunha Rudge.  Além de palestras, houve exposição dos projetos de pesquisa desenvolvidos pelos pós-graduandos.  

quinta-feira, 8 de março de 2012

Raoul Henry conta sua trajetória como aluno, professor e pesquisador

Nascido na Bélgica, Raoul Henry, veio com a família para Botucatu, em 1962. No início, ele passou a residir na Fazenda Monte Alegre.  Após concluir o atual Ensino Médio que, na época, era denominado “científico”, ele ingressou na Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB), em 1969.
Também foi o primeiro doutorando da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) a defender tese na instituição. Atuou por 10 anos como editor chefe da Revista Acta Limnologica Brasiliense e foi presidente da Sociedade Brasileira de Limnologia. 
Em entrevista concedida ao Jornal do IB, ele conta como foi ser estudante da FCMBB e depois passar a atuar como professor, atividade que desempenha desde 1974, além de abordar sua atuação na área de pesquisa e  de extensão.

Quando o senhor veio para Botucatu e como foi seu ingresso no curso de Ciências Biológicas?

  De 1950 a 1960, eu morei na África. Em 1960, ocorreu a independência do Zaire. O Zaire, ex-Congo Belga, era uma colônia da Bélgica. Após a independência a família voltou para a Bélgica. A Bélgica comprou uma fazenda em Botucatu, Fazenda Monte Alegre. Na realidade, era para fazer uma cooperativa. Meu pai entrou (trabalhar) aqui e, desde 1962, eu estou no Brasil, em especial aqui em Botucatu. Quando eu cheguei aqui não sabia falar nada de português, tive que aprender a língua, aprender a escrever.   Aí fiz o científico que agora é Ensino Médio. Fiz vestibular e entrei aqui na faculdade, na época chamava Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu.
Eu morava em pensão. A Faculdade era bem menor que hoje e, na época de aluno, nós tínhamos melhor interação entre professor e estudante. O câmpus era bem menor, não havia todos esses prédios. Então, isso facilita também o contato. Quanto maior, mais amplo, a probabilidade de encontro diminui. Isso é normal.
Fiz a faculdade, me formei, aí fiz um ano de estágio na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e depois, então, fiz concurso e entrei como professor.


E quanto aos movimentos estudantis?

Eu não participei muito. Era a época da chamada ditadura e a gente estava fazendo um movimento e eu era estrangeiro, ainda não era naturalizado, como era representante de classe e tinha o famoso decreto 477, eu fui consultar lá para não ter problema porque expulsavam os estrangeiros. A gente sabia que tinha um funcionário que trabalhava na seção de protocolo que era vigilante, vamos dizer assim.  Eu participei da regulamentação da profissão de biólogo. Aqui, por influência da Faculdade de Medicina, era mais voltado à Biomedicina. Foi um grande avanço quando se pôde, no Instituto de Biociências, dividir os cursos nessas duas linhas: Ciências Biológicas e Ciências Biomédicas.

Raoul em Minas Gerais 
Como foi passar de estudante para professor?

Eu me formei com uma especialidade. Você vai fazendo estágio durante sua graduação e aí caiu na mão um livro sobre Ecologia e não tinha essa disciplina. Aí eu fui fazer um estágio na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos). Fiz um ano e quando terminei esse estágio fui contratado porque essa disciplina passava a ser obrigatória no currículo de Biologia. Eu também fui indicado porque era estagiário aqui no Departamento de Zoologia. Até 1984 era lá onde hoje é a Cardiologia. Mudamos para cá porque esses dois prédios pertenciam à Agronomia e a Agronomia mudou para o Lageado.

Gostaria que falasse sobre sua atuação na área de pesquisa. Quais os principais resultados que obteve ao longo dos anos?

 A minha área de pesquisa é Ecologia de águas continentais. Então, quando eu fui contratado aqui, a primeira pesquisa que eu fiz, o meu mestrado, foi sobre a represa do Rio Pardo, o “Véu da Noiva”. Tem uma cascata lá e tem uma represa lá em cima. E de doutorado eu fiz em Minas Gerais e em São Carlos.  A represa é um ambiente que difere de lago, um ambiente de transição, e você tem represas que têm diferentes portes e volumes de água. Então, você tem ambientes que se comportam quase como rios, como, por exemplo, a Represa “Véu da Noiva” e represas que são parecidas com lagos como a Represa Jurumirim. Você tem gradiente de condições muito distintas de lagos e represas. Lago é considerado como um ambiente praticamente estável. Todos os grandes rios estão sendo transformados em represas. Modifica a estrutura da comunidade de peixes, tem alguns que são adaptados à água corrente enquanto que outros não. Então, desorganiza tudo e forma-se um novo equilíbrio, mas tem todo um período de transição. Trabalhei bastante em projetos de represas. Vou fazer compilação de dados na Represa de Jurumirim, em Paranapema, onde trabalho desde 1988 e vou fazer a síntese dos dados.
Ao longo de minha carreira eu fui publicando, eu fui sendo conhecido. Fui presidente da Sociedade Brasileira de Limnologia.

O senhor chegou a participar da Operação Sueste, em 1983. Que lembranças tem desse trabalho?

Naquela época, o Instituto achou que era bom os alunos terem contato com a vida marinha. E tinha um professor, já falecido, da Biofísica (departamento), que tinha uma interação muito grande com a Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, que possui um câmpus avançado no litoral do Paraná e, naquela ocasião, surgiu uma oportunidade, através desse professor, Pedro Luchiari, de participar de uma viagem num navio oceanográfico. Aí foram algumas alunas, eu, o Gilson (Volpato). Como eu trabalhava com águas continentais, queria ter essa experiência de participar pelo menos uma vez de uma viagem oceanográfica na costa no Paraná.
Mostrou-se como coletava um plâncton marinho, a fauna de fundo do mar com arrasto, que eu faço em lagoas. E era esse o projeto. Embarcamos nesse navio, ficamos lá uma semana participando. Era da Marinha. Fizemos alguns experimentos.


Também gostaria que comparasse ensino, pesquisa e extensão atualmente em relação ao começo de sua carreira.

Você tem muito mais exemplos, estudo de casos para apresentar aos alunos, não fica só em livros. Agora tem uma massa de informação bastante grande. Quando você mostra um problema ao seu lado, eu acho que é mais fácil ensinar. 
Eu estou fazendo extensão na tentativa de melhoria de Ensino Fundamental e Médio e tive a participação em um projeto que envolveu professores e alunos em Angatuba, onde eu trabalho na Represa de Jurumirim. Como eu conhecia melhor aquela região, achei que era melhor envolver o pessoal. A primeira fase desse projeto nós convidamos professores e alunos da rede municipal de ensino para visitar o local e ver como que fazemos o estudo em águas. Numa segunda fase, alguns professores queriam um projeto com participação mais efetiva. Para reconhecimento da qualidade de água que desemboca naquela área, para conhecerem um problema do cotidiano. Eram 10 professores e em torno de 60 alunos. Eu acho que isso é bom. De um lado para os alunos de mestrado e doutorado é bom porque tomam contato com a realidade e ganham experiência de ensino para uma turma mais jovem. E, para os alunos do Ensino Fundamental e Médio, eles têm contato com o pessoal da universidade porque para eles a universidade está tão longe. Aí perguntam coisas sobre o futuro, perspectivas, quais as melhores universidades, cursos.

O professor durante a Operação Sueste, no Paraná
                                             

Sonia Faraldo: “Por todas as conquistas, grandes amizades e paixões, lutas e sonhos vividos nesta universidade, tenho a sensação de dever cumprido”

 Nesta entrevista, Sonia Faraldo lembra as funções que desempenhou, como era o câmpus na década de 1970 e os principais movimentos realizados, principalmente por servidores 

 





Quando e em qual função ingressou na FCMBB?

Em 25 de abril de 1974 fui contratada na Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu para exercer a função de secretária-bolsista do Projeto Kellog, no Departamento de Saúde Pública, antigo Departamento de Medicina Legal e Preventiva, sob a responsabilidade do professor Nelson de Souza. Neste mesmo ano, fui para o Centro de Saúde Escola para ocupar a função de secretária-bolsista, sob a chefia do professor Eurivaldo Sampaio de Almeida. O Centro de Saúde era conveniado com a FCMBB e Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. Com a saída do professor Eurivaldo para ocupar a função de Secretário de Saúde do Estado São Paulo, trabalhei sob a chefia da professora Cecília Magaldi. Em 31 de dezembro de 1975, assumi, por concurso público, a função de escriturária na secretaria da vice-diretoria da FCMBB e colaborava com a Seção de Engenharia e Planejamento desta Faculdade, sob a chefia do professor Paulo Mattos. Fui escriturária na Seção de Nutrição e Dietética do HC da FCMBB, no período de abril de 1976 a fevereiro de 1977.


E no Instituto?


Em março de 1977, com a criação do Instituto Básico de Biologia Médica e Agrícola passei a exercer a função de escriturária no Departamento de Microbiologia e Imunologia, sob a chefia do professor Carlos Alberto de Magalhães Lopes. No final de março de 1977, fui nomeada Secretária CD2 do Departamento de Microbiologia. Ocupei funções indicadas por órgãos colegiados do IB: representante de Conselho do Departamento, representante na Congregação, membro do Conselho Curador da Fundibo (Fundação do Instituto de Biociências), membro titular da Comissão de Biossegurança do IB, de comissões processantes indicadas pela Diretoria do IB, de apoio à Comissão Recursos Humanos, de comissão de avaliação de servidores nas carreiras da universidade, de comissões para estudo da reforma de estatutos e reforma constitucional, representante dos secretários do câampus de Botucatu para tratar de assuntos da categoria na Reitoria da Unesp.

 Como era o câmpus no início de sua carreira? 
Sônia no Departamento de Saúde Pública, em 1974
A FCMBB era uma das melhores universidades do país. Foi criada na década de 50, com apoio político do ex-presidente Jânio Quadros, do governador Adhemar de Barros, que doou a área para seu funcionamento e o prefeito de Botucatu, Emilio Peduti, que não mediram esforços para transformar uma área que era destinada a um hospital de tuberculosos para Faculdade de Medicina de Botucatu. Ainda contou com o espírito de luta dos jornalistas José Amaro Faraldo e Zeferino Vaz para que o sonho fosse realizado. Passou a funcionar oficialmente em 1963. Nessa época, 16 servidores fizerem concurso para funções de servente e escriturário. Como administrador, o senhor Walter de Souza era responsável por esses servidores, bem como por todos os atos administrativos processados nesta Faculdade. Todos os departamentos, incluindo os das Ciências Agronômicas, ficavam no H (prédio branco). O prédio do câmpus não existia, nem a Biblioteca. Os prédios extras eram o da Seção de Transporte, Gráfica, Almoxarifado, Necrotério, Lavanderia. Os servidores picavam seus cartões de ponto no corredor central, onde funciona atualmente, a cozinha do HC (Hospital das Clínicas), a área de vacina.
Como é do conhecimento de todos, o professor Nicanor Letti ministrou a 1ª aula de anatomia na FCMBB, conhecida como aula inaugural, mas precisou sair da nossa instituição, deixando um legado de conhecimento às novas gerações, bem como a nossa gratidão e reconhecimento pelos seus feitos. Em seu lugar ficou o professor Neivo Zorzetto, responsável pelo Departamento de Anatomia, que, desta data em diante, não mediu esforços para que a qualidade dos nossos cursos fosse mantida.
O Departamento de Microbiologia e Imunologia funcionava onde é a Maternidade, depois mudou em cima do Departamento de Patologia. Em princípio, a Microbiologia e Imunologia eram disciplinas do Departamento de Patologia, que além dessas comportava a Disciplina de Parasitologia e Anatomia Patológica. As disciplinas eram integradas, mas independentes quanto à sua maneira de atuação e de gestão.

Que lembranças tem da época da criação da Unesp e do Instituto?


Desde 1974, já existia a vontade política de se criar a Universidade Estadual Paulista que absorvesse boas faculdades do Estado de São Paulo. Entre elas a FCMBB estava no rol das que seriam incorporadas. Foi montada uma comissão precursora para estudar a incorporação da FCMBB à Unesp onde participavam os professores Armando Ramos e Gilberti Moreno, entre outros. Na época, ocorreram muitas passeatas contrárias a essa vontade política. Muitos professores foram conversar com o governador do Estado e secretários, envolveram políticos solidários da época, para impedir que esse feito se concretizasse, mas de nada adiantou. Aconteceu a incorporação da FCMBB. Nessa oportunidade, o governador indicou Luiz Ferreira Martins para primeiro reitor. Em Rubião Júnior, a FCMBB foi dividida em faculdades interligadas, mas com gestões próprias. Fomos divididos em cinco unidades administrativas: Faculdade de Medicina, Faculdade de Medicina Veterinária, Faculdade de Ciências Agronômicas, Instituto Básico de Biologia Médica e Agrícola e o Grupo Administrativo do Câmpus. Nessa oportunidade, vários departamentos que pertenciam à FCMBB desmembraram-se. O Departamento de Patologia, por exemplo, ficou na Faculdade de Medicina e suas disciplinas Microbiologia, Imunologia e Parasitologia tornaram-se departamentos independentes no Instituto Básico de Biologia Médica e Agrícola. Assim, no final de 1976, inicio de 1977, o Instituto iniciou suas atividades acadêmicas e administrativas, sob a direção da professora Wilma Pereira Bastos Ramos (diretora) e Gilberti Moreno (vice-diretor). O Instituto foi dividido em 13 Departamentos: Anatomia, Biofisica, Bioestatistica, Bioquímica, Botânica, Educação, Farmacologia, Fisiologia, Genética, Microbiologia e Imunologia, Morfologia, Parasitologia, Zoologia. Os departamentos, em principio, funcionavam, muitas vezes, de forma precária, porque estávamos em fase de adaptação. O Departamento de Educação, por exemplo, funcionou juntamente com uma unidade do IB chamada na época de CCI (área de informática). A Diretoria compreendia a área administrativa composta pelos diretores, pela secretária Ivonete Dorini de Aguiar e Silva e pelo pessoal de apoio que era composto pela área acadêmica onde o servidor Helio Cotrim era o diretor técnico-acadêmico e a Diretoria Administrativa que era ocupada pelo servidor José Vicente Fortes. As seções que funcionavam eram: Graduação, Seção de Pessoal e Pagamento, Atividades Auxiliares e Manutenção. Ainda não tínhamos uma central de aulas. Os alunos ficavam espalhados pelo câmpus. Começamos nossas atividades nos prédio onde estamos hoje, em 1981. Nessa oportunidade já contávamos com o nosso Anfiteatro. Estávamos em fase de contenção de verbas, porque dependíamos completamente da verba do governo do Estado que repassava às universidades estaduais. Era uma quantia insuficiente para mantê-las, bem como seus hospitais. Foram anos de muitas dificuldades financeiras e de muitas transformações. O professor Gilberti estava sempre em entendimento com órgãos do Estado e empresas particulares para conseguir mobiliário para este Instituto. A Fatec e o Banco Itaú colaboraram nas doações. Muitos convênios foram firmados para aquisição de Equipamentos, por exemplo: Convênio com Alemanha, Convênio com a Hungria, Convênio Franco-Brasileiro, Convênio com a Espanha, etc. Embora tivéssemos uma visão positiva quando da assinatura desses convênios, o resultado não era dos melhores, porque apenas equipamentos antigos e sucateados chegavam ao nosso câmpus. Além disso, os aparelhos acabavam em desuso por falta de garantias e de mãos-de-obra especializadas para manuseá-los e consertá-los. Ficavam encostados e serviam de entulhos nos corredores dos departamentos, após terem sido patrimoniados, tornava-se muito difícil o descarte. Entretanto, mesmo com todos os problemas ocasionados pela divisão entre as faculdades, a qualidade do ensino era a mesma, porque sempre tivemos ótimos professores e servidores que nunca deixaram a qualidade das nossas aulas se perderem. A base firme e forte da FCMBB ficou como um suporte para que as transformações continuassem a ocorrer, mas a saúde dos nossos cursos prevaleceu. Os departamentos funcionavam concomitantemente e integrados. As disciplinas eram matérias de domínio conexo e ministradas em uma sequência lógica. Os laboratórios eram conjuntos e todos os alunos, de forma geral, aprendiam na mesma cartilha.


Quais foram os principais movimentos de servidores técnico-administrativos?

Servidores e docentes sempre lutavam juntos pela desigualdade social, pela qualidade da saúde, pelo meio ambiente, por melhores salários, enfim pela ideologia político-social.
Assim, grandes movimentos ocorreram nestes anos de FCMBB (63-76) e de Unesp, como: Operação andarilho, 70 + 2000, Democratização e liberdade política, participação da criação de uma nova constituição, novo regimento e novo estatuto para a universidade. Outros movimentos relativos às carreiras de servidores e docentes que foram promessas dos governadores e reitores e que até o momento, não atingiram sua plenitude, porque existem pontos que precisam ser melhorados.


Como servidora da instituição há tantos anos, como avalia o ensino, pesquisa e extensão atualmente em relação às décadas anteriores?


Estamos vivendo momentos áureos do ensino, pesquisa e extensão, especialmente porque temos bastante incentivo financeiro para que essas atividades sejam realizadas da melhor forma possível. Atualmente, temos verba para graduação, para pós-graduação, para pesquisa e para extensão, equipamentos laboratoriais de última geração. Temos fundações de boa qualidade para gerenciar projetos e o incentivo para publicação está a todo o momento batendo em nossas portas. Ainda, com a autonomia universitária, muitos dois nossos reitores revelaram-se excelentes administradores que conseguiram ganhos para a universidade em relação a sua parte financeira.
É muito difícil fazer uma comparação entre uma época e outra porque, embora no passado as verbas fossem escassas, a falta de equipamento era visível, a informática engatinhava e as aulas tinham que ser ministradas no giz e base do conhecimento do professor, na garra e a vontade dos mestres e servidores que faziam o aluno elaborar a prática na sua totalidade. Exemplo: o aluno, para detectar uma bactéria, fazia desde o meio de cultura para crescimento, até a realização do antibiograma que determinava se a bactéria estudada era resistentes, sensível ou moderadamente sensível aos antibióticos testados.
A pesquisa também era realizada praticamente sem incentivo financeiro, mas nem por isso deixava de ser publicada em grandes periódicos nacionais e internacionais. Eventos científicos contavam com a participação maciça de alunos e professores que expunham seus resultados em forma de pôsteres e oral. Os pôsteres eram elaborados manualmente, em cartolinas e os gráficos também de forma artesanal eram confeccionados em papel milimetrado. Não eram utilizados xérox, as teses, memorais, dissertações, etc, eram datilografados em stencil a álcool, a graxa e depois em off set. Mesmo utilizando uma única máquina de escrever (em principio manual e depois elétrica) as secretárias dos departamentos datilografavam todo o material didático, de pesquisa, de extensão e de gestão produzidos pelos membros do departamento. Com todos os obstáculos da época, ótimos projetos foram apresentados à comunidade. Muito deles com propostas duradouras que beneficiam grupos de pessoas até os nossos dias.
Quanto ao ensino, os projetos político-pedagógicos estavam em fase de mudanças constantes, porque a FCMBB utilizava uma metodologia para exposição de aulas em classes e laboratórios e quando a Unesp foi fundada, cada faculdade ficou responsável pelo seu curso, apenas o Instituto Básico de Biologia Médica e Agrícola ficou com a responsabilidade dos básicos de todos os cursos. Mesmo sendo um único curso, a proposta pedagógica era bem formulada e as disciplinas eram ministradas de forma completa. Aulas práticas de microbiologia e imunologia, por exemplo, eram ministradas aos alunos dos cursos de Ciências Biológicas, Medicina Humana, Medicina Veterinária. O Departamento de Microbiologia e Imunologia, além dos projetos de extensão que beneficiavam à comunidade, como análise de alimentos e água, também realizava todos os exames microbiológicos e imunológicos de pacientes do Hospital das Clinicas.

 
E quanto aos servidores técnico-administrativos, o que mudou?


A essência do servidor não mudou, o que mudou foi a forma de ver a universidade. Como o número de servidores era pequeno, as pessoas se tornavam mais íntimas e, muitas vezes, mais amigas. Procuravam mutuamente se ajudar. Quanto à expectativa de ter uma função melhor a forma utilizada é a mesma dos nossos dias. A maioria das funções de confiança era por indicação.


Gostaria de acrescentar mais alguma informação?


Muitos professores foram convidados para ministrar aulas neste câmpus na época de sua criação. Muitos convidados tornaram-se efetivos, abraçaram o sonho de uma faculdade quase perfeita e não conseguiram deixar a FCMBB para seguirem outras metas. Ficaram e transformaram o sonho em realidade. Com coragem, determinação e muita força de vontade, desbravaram as matas de Rubião Junior e, centrados na expectativa de se obter uma faculdade digna e de respeito mundial, esses professores deram as suas vidas para que a FCMBB prosperasse. O mesmo ocorrendo com os primeiros servidores que não mediram esforços para colocar tudo em funcionamento. Não é muito difícil de lembrar os lutadores e desbravadores que tiveram a coragem de ficar: doutor Montenegro e professora Edy foram exemplos de “colonizadores”.
Por todas as conquistas, grandes amizades e paixões, lutas e sonhos vividos nesta universidade, tenho a sensação de dever cumprido e a grande satisfação de participado ativamente de cada movimento com muita dignidade, honra e orgulho de pertencer ao quadro de servidores desta instituição.


Professora Teruê, Sonia e Eduardo

Trabalho sobre fertilidade feminina pós-câncer é premiado

          Favorecer a preservação de tecido ovariano de primata não-humano para melhoria da técnica de criopreservação (congelamento) e consequente restauração da fertilidade de meninas e mulheres após o tratamento de câncer.  Esse foi o objetivo de pesquisa realizada pela professora Camila Contin Diniz de Almeida-Francia, do Departamento de Anatomia do Instituto de Biociências, durante pós-doutorado, em Oregon, nos Estados Unidos, e que resultou no trabalho Post-thaw function of cryopreserved secondary follicles from ovarian tissue in the Rhesus Macaque, que obteve o 2º lugar na categoria pôster durante o XXII International Symposium on Morphological Sciences (ISMS), realizado de 12 a 16 de fevereiro, em São Paulo.
        Durante o estudo, realizado por meio de intercâmbio de três meses junto à Oregon Health & Science University e o Oregon National Primate Research Center, sob supervisão da pesquisadora Mary B. Zelinski, a professora do IB desenvolveu duas técnicas: cultura de folículos secundários ovarianos e criopreservação de folículos ovarianos de macacas Rhesus (Macaca mulatta).
Segundo Camila, os resultados obtidos nas primatas sugeriram que a vitrificação com glicerol e etileno glicol (crioprotetores) e os polímeros PXZ (bloqueadores da formação de gelo nas células), em sistema fechado, têm potencial como método para congelamento de folículos secundários isolados. “Pela primeira vez, folículos de macacas isolados de tecido criopreservado sobreviveram, cresceram, formaram antro e produziram hormônios esteróides”, explica.
         Sobre a aplicabilidade, ela destaca que esse estudo fornece opção para tecnologias de reprodução assistida após cultura de folículos ovarianos e aumenta a viabilidade do tecido para transplante em pacientes com o propósito de restaurar a fertilidade e possibilitar futura gestação de meninas e/ou mulheres que sobreviveram a um câncer.

Ingressantes em 2012 participam de atividades de recepção

Nos dias 27 e 28 de fevereiro, foram realizadas atividades de recepção aos ingressantes em 2012 nos cursos de graduação do Instituto de Biociência. As ações visaram a formação, recreação e integração e foram planejadas por alunos, professores e servidores técnico-administrativos.
  Na abertura dos eventos programados, o diretor do IB, Renato Eugênio da Silva Diniz, cumprimentou os calouros e falou da responsabilidade que os estudantes passam a ter a partir de agora. “Foi uma grande conquista que vocês realizaram quando conseguiram a vaga. Agora vocês terão novos passos para construir essa formação profissional que vieram buscar. Nós procuramos oferecer o melhor”, disse. “Deverão sair daqui profissionais competentes para contribuir com o avanço da sociedade”, complementou Diniz.
Ele também destacou a contribuição dos servidores docentes e técnico-administrativos na formação dos graduandos, a infraestrutura disponibilizada e o fato de os calouros ingressarem na instituição no ano em que o IB comemora 35 anos.
Já a vice-diretora, Maria Dalva Cesario, além de parabenizar os primeiranistas, também estimulou os estudantes a vivenciar as oportunidades proporcionadas nessa etapa que está se iniciando. “Eu tenho certeza que serão os melhores anos da vida de cada um de vocês. Saibam aproveitar cada minuto aqui dentro da universidade”.
O presidente da comissão de recepção, professor Wellerson Rodrigo Scarano, falou da preocupação em receber os ingressantes de maneira acolhedora, apresentar a instituição e ainda do compromisso que os alunos passam a ter ao ingressar nos cursos de nível superior.
O representante discente da comissão de recepção, Felipe Douglas de Oliveira, ressaltou a conquista obtida pelos novos graduandos e se colocou à disposição para auxiliar os calouros.
Também participaram da abertura os coordenadores dos cursos de Ciências Biológicas, Ciências Biomédicas, Nutrição e Física Médica, respectivamente, Wilma de Grava Kempinas, Wilson de Mello Júnior, Luiza Domingues Dias e Roberto Morato Fernandes.
Uma das novidades foi a tutoria de professores para dúvidas acadêmicas ou reclamações sobre trote. Entre as atividades estiveram palestras sobre o temas “Universidade: desafios a um ingressante“ e “Saúde ambiental”, doação de kits de higiene para entidade do distrito de Rubião Júnior, visitas aos departamentos da instituição  e integração com alunos de outras faculdades do câmpus de Botucatu.