sexta-feira, 29 de junho de 2012

Publicidade de alimentos foi um dos temas abordados durante Jornada de Nutrição

                                                                                                             Foto: Murilo Stelzer

  
            No período de 31 de maio a 2 de junho, foi realizada a 12ª Jornada de Nutrição da Unesp de Botucatu (Jonub) que contou com palestras, mesas-redondas, minicursos, demo kitchens e exposição de trabalhos. O evento teve cerca de 150 inscritos de vários municípios do Estado de São Paulo, além de participantes de Dourados (MS) e Londrina (PR).
         A mesa abertura da Jonub foi composta pela vice-diretora do Instituto de Biociências (IB) da Unesp, câmpus de Botucatu, Maria Dalva Cesario; pela coordenadora e vice- coordenador do Curso de Nutrição do IB, Luiza Cristina Domingues Duas e Sérgio Pereira; e pelas representantes docente e discente da comissão organizadora, professora Flávia Queiroga Aranha de Almeida e graduanda Débora Santiago.
         A vice-diretora do IB salientou a tradição do evento e o papel do mesmo aos alunos. “É uma ótima oportunidade para que os alunos tomem contato com assuntos diferentes dos conteúdos programáticos abordados no curso e para entrarem em contato com os profissionais”.
        A professora Flávia enfatizou a diversidade de temas a serem discutidos em relação à alimentação e nutrição em nível nacional.
        A coordenadora do curso de Nutrição atribuiu a alunos e docentes envolvidos na organização da Jonub o destaque que o evento tem apresentado dentro da área de Nutrição.

Publicidade de alimentos

         Uma das palestras da Jornada abordou a publicidade de alimentos e foi ministrada pela nutricionista Renata Monteiro, do Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutricional da Universidade de Brasília (UnB).
         Inicialmente, Renata expôs que, além de produtos e serviços, a publicidade dissemina desejos e valores, muitos dos quais ela considera contrários à ética social. “Vendem a ideia do ter para poder ser”, comentou.
         Um dos focos de sua palestra foi a relação da mídia com as crianças. A nutricionista destacou que apenas por volta de 10 a 12 anos de idade é que a criança consegue ter algum entendimento acerca do caráter comercial da publicidade e que, antes disso, não há um discernimento entre publicidade e programa televisivo.
           Ela também disse que há estudo o qual aponta que 80% das compras realizadas pelas famílias são influenciadas pelas crianças, o que, na opinião de Renata, justificaria marketing voltado a esse público, até mesmo de produtos que não têm relação direta com a infância.
           A pesquisadora apresentou dados de monitoramento realizado em 2008, o qual identificou que 96,7% das propagandas foram consideradas não saudáveis, ou seja, estavam relacionadas à divulgação de fast food, refrigerantes, etc., e 3,3% foram classificadas como saudáveis, o que incluiu abordagens sobre carnes menos gordurosas, arroz e feijão.
          A nutricionista ainda mencionou como principais características de propagandas televisivas para crianças produções com músicas e personagens infantis, associação dos produtos a maior relação social e a situações cotidianas como casa e escola, exibição do produto pronto para consumo e a não apresentação de dados nutricionais.
        Quanto à persuasão, Renata acredita que estão os principais aspectos de influência sobre o público infantil, a utilização de personagens e o uso, em embalagens, de recursos que despertam a atenção das crianças.  


   

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