domingo, 30 de outubro de 2011

Trabalho de mestranda do IB é premiado em congresso de microbiologia


Débora Vidal de Oliveira com o responsável do evento na área de
Microbiologia de Alimentos 

Débora Cristina Vidal de Oliveira, aluna do Programa de Pós-Graduação em Biologia Geral e Aplicada do Instituto de Biociências (IB) da Unesp, câmpus de Botucatu, receeu o prêmio de melhor trabalho na área de Microbiologia de Alimentos e Micotoxina pela apresentação do estudo “Análise da capacidade de produzir biofilme em aço inoxidável por Salmonella sp. associada à presença dos genes agfD e adrA” durante o 26° Congresso Brasileiro de Microbiologia, organizado pela Sociedade Brasileira de Microbiologia (SBM) e realizado no período de 2 a 6 de outubro, em Foz do Iguaçu.
O trabalho contemplado é parte da pesquisa de mestrado que ela desenvolve sob orientação da professora Vera Lúcia Mores Rall, do Departamento de Microbiologia e Imunologia do IB, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e teve como objetivo analisar a capacidade de bactérias  Salmonella sp., isoladas de carcaças de frango, em produzir biofilme em aço inoxidável, que é um material utilizado com frequência na indústria de alimentos.
“Falhas no processo de higienização acarretam na aderência de resíduos nos equipamentos e superfícies, onde microrganismos podem produzir biofilme, tornando as bactérias envolvidas mais resistente aos sanificantes. A adesão é dependente da formação de fimbrias e celulose, principais componentes do biofilme de Salmonella”, descreveu Débora em seu trabalho. 
Como metodologia do estudo, foram isoladas e identificadas 174 cepas de Salmonella sp. e realizada extração do DNA com auxílio de proteinase K, o qual foi submetido à reação em cadeia da polimerase. As cepas foram inoculadas em fichas de aço inoxidável por 96 horas. Para avaliação, utilizou-se o leitor de Elisa.
Os resultados apontaram que todas as cepas foram positivas para os genes agfD (agregative fimbrias), envolvidos na biossíntese de fimbrias, e adrA, por meio do qual  a formação de celulose é regulada indiretamente. Desse total, 105 (60,3%) produziram biofilme em aço inoxidável, sendo que 96 foram fracamente geradoras, nove realizaram essa função de maneira moderada e nenhuma cepa foi considerada fortemente produtora.
Segundo a pesquisadora, apesar da presença dos genes envolvidos na formação do biofilme, nem todas as cepas expressaram tal matriz, aspecto que, na opinião da mestranda, pode estar relacionado à característica do aço inoxidável ou a outros genes envolvidos nessa síntese.
Ela ressalta ainda que os dados obtidos apontam a necessidade de um controle minucioso pelas indústrias, tendo em vista que a contaminação dos alimentos por bactérias presentes no biofilme pode favorecer a redução da vida útil desses produtos, além de veicular agentes causadores de doenças, o que acarreta riscos à saúde do consumidor.


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